terça-feira, 26 de maio de 2009

Salve Irm@s...
Socializo este poema, no intuito de fortalecermos nossas ações e lutas em prol de um mundo melhor, mais humano, justo e igualitário e isso não conseguiremos se não tivermos o dom de encantamento e aglutinação de sujeitos e vozes, mentes e corpos novos, abertos e ansiosos por um novo paradigma...
Vamos gritar!!!


Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele deu e o lance a outro;
de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro;
e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.

Que a cada manhã nasça em nós um novo grito, mais intenso e mais aglutinador, mais forte e auto...
Que possamos levar este grito a todos que estão sedentos de informações, de Amor, a todos que perderam a esperança, a todos que precisa de uma injeção oxigênio na Veia para continuar a luta...
Irm@s... Já dizia Cazuza. O tempo não para...

MOÇÃO DE REPÚDIO JUVENTUDE NEGRA/MG

Salve Irm@s...
Os avanços na luta contra o Extermínio da Juventude Negra Brasileira só está começando.
A II CONAPIR de Minas Gerais aprovou com a maior aclamação esta moção de repúdio da Juventude Negra contra as empresas de segurança pública que mata e permite que sejam mortos milhares de irmãos nas favelas e guetos do Brasil.

A Juventude Negra presente na II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade racial vem por meio desta, repudiar o genocídio da população negra que tem como alvo preferencial a Juventude Negra exterminada sobre a justificativa de combate e repressão ao tráfico de drogas através principalmente das ações letais dos policiais militares, civis, federais, guardas municipais e por grupos para militares tolerados pelo modelo de segurança pública racista, machista, homofóbico, lesbofóbico, sexista adotado pelo Estado Brasileiro que criminaliza os movimentos sociais que defendem os direitos humanos da população excluída e marginalizada deste País.

Aprovou também a da seguinte proposta:

  • Garantia de inclusão no Calendário Nacional com recursos e apoio as instituições organizadas do Movimento Negro, um dia de manifestação contra o Genocídio da Juventude Negra;

O Fórum Mineiro de Juventude Negra não para, o palco da II CONAPIR foi fundamental para a articulação de novas lideranças juvenis e estreitamento de diálogo com as gerações mais experientes.

Estamos avançado povo Negro...

O embate será agora em Brasília/DF na II CONAPIR dias 25, 26, 27 e 28 de Junho de 2009.

Vamos votar na Proposta de Juventude Negra.

JUVENTUDE NEGRA.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ESTAMOS ATENTOS




Como se não bastasse desconstruir o amadurecimento político da necessidade de referências negras nos espaços deliberativos públicos deste país, utilizando um negro como protagonista da novela das nove, um dos horários nobres e assistidos, encenando um político corrupto, desorganizado familiarmente e infeliz, tenho que assistir hoje 20/05/2008 na novela das seis "Paraíso"um homem branco lendo um belo texto sobre as barbaridades da escravidão na rádio da cidade, e os próprios negros, rejeitando tal ação, justo na semana em que nossos políticos estão para votar no Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264), projeto que está na câmara desde de 2005, que é principal respostas para nós negros das reparações que nos foram cerceadas desde que nos escravizaram na África.
No final da cena, o “ricaço” fazendeiro, descendente dos grandes escravocratas brasileiros, que sempre aparece ajudando a igreja católica, perdendo para o padre nos jogos de sinuca, proclama um grande discurso que escravo são todos brasileiros pobres que pagam os impostos, mas não tem seus direitos assegurados, tirando de foco desrespeitosamente nossa luta e bandeira para o debate social e elitista.
Deixo aqui minha indignação e meu protesto de repúdio contra todo veículo de comunicação em massa que veicula mentira e desordem intelectual desse país. Estou cansado de ser ludibriado e de ver meus irmãos e irmãs aprenderem mentiras históricas e reproduzirem os ideais branco-elitista e racistas.
Precisamos de cotas sim, e tem que ser para negros, pois somos signatários da lei da escravidão aprovada pelo Papa Nicolau e conduzida pelo Imperador de Portugal Afonso V em 1452, que fez do Brasil o país que mais violentou a África com a escravidão, sendo o último país do mundo a abolir o sistema escravocrata.
Precisamos de cotas raciais nas Universidades Públicas sim, pois a Primeira Constituição (1824), que ainda deixa marcas em nossa história, pois desde já proibia o acesso de negros à educação brasileira.
Precisamos de cotas raciais sim, pois o Brasil assinou tratados internacionais como o de luta contra toda e qualquer tipo de discriminação, e no Brasil é só observar quem manda e quem obedece que logo percebemos como a discriminação.
Precisamos de cotas raciais sim, pois ainda hoje, em pleno sec. XXI o negro no Brasil vive em condições sub-humanas, é a população que está em condição de ser condenada ao fracasso profissional, ao serviço braçal, ao acolhimento e acatamento de ordens, a preencher as vagas nas cadeias, a matar e morrer nas favelas e morros brasileiros.
Precisamos de cotas raciais sim, pois fomos negados da verdade sobre nosso passado, sobre nossos costumes, sobre nossa cultura. Tentam de todas as formas nos convencer que somos inferiores, que não somos belos, tentando de forma perversa e desumana exterminar nossa auto-estima.
Como se não bastasse, negociam a imagem da mulher negra brasileira, ao colocarem na novela das sete uma negra pobre que está sendo convencida pelo namorado branco rico a se doar para ele.
Para finalizar, como se já não fosse o suficiente, promovem lavagem celebral em nosso povo, população mais numerosa deste país (49% IBGE, 2007), quando estamos rompendo a dificuldade de auto aceitação, nos colocam como um louco na novela das nove, o problema que o negro é afroafirmado, isso é demais para minha inteligência...
Fui abordado hoje no centro da cidade por um médico que zombava de mim me chamando de o doido da novela por causa de meu cabelo black.
Não suporto mais isso.
Finalizo este texto análise, pois sei que nos retiraram também o bom hábito de ler e eu preciso que esta reflexão chegue ao íntimo de teu âmago e te teus amigos, provocando o desejo de ser uma(um) aliada(o) contra estas barbaridades que continuam sendo reproduzidas, mesmo após 121 anos do fim da escravidão no Brasil.

Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra


Fórum Nacional de Juventude Negra

A Coordenação do Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE vem através desta mensagem comunicar os andamentos e os encaminhamentos sobre a realização da Campanha Nacional Contra o Extermínio da Juventude Negra e convocar a todas(os) as(os) integrantes deste Fórum a se organizarem e elaborarem em seus estados, atividades que estejam em consonância com os objetivos da Campanha, que são:

· Estabelecer as ações e iniciativas que permitam um espaço permanente de referência para os debates e articulações em torno do tema da violência contra a juventude negra e as estratégias para combatê-la;
· Produzir e publicar relatórios e diagnósticos analíticos que demonstrem não só como a violência vem se desenvolvendo, mas aponte soluções efetivas para combatê-la; incluindo a sistematização dos dados sobre violência juvenil, com recorte étnico-racial, com a participação de especialistas e pesquisadores sobre os temas de juventude, direitos humanos e violência, priorizando a participação de profissionais negros(as);
· Monitorar as políticas públicas aplicadas ao combate à violência, à juventude negra e seu relacionamento com a questão da violência e outros temas;
· Impulsionar a criação de canais de denúncia e obtenção de números para crimes de violência contra jovens negros(as), articulados em rede com profissionais do Direito, parlamentares, especialistas; apurando e dando o suporte para a resolução dos casos de violência e responsabilização dos(as) responsáveis;
· Atuar efetivamente no processo da I Conferência Nacional de Segurança Pública, convocada pelo Ministério da Justiça, que prevê a reformulação – com a participação da sociedade civil, do sistema nacional de segurança pública, formulando propostas de políticas públicas que combatam o alto índice de mortalidade da juventude negra;
· Realizar seminários e debates, envolvendo especialistas, aprofundando as discussões sobre direitos humanos, segurança pública e violência juvenil;
· Influenciar a opinião publica acerca do extermínio da juventude negra, com intensa incidência nos meios de comunicação e realizando inserções publicitárias;
· Realização de parcerias e diálogos com movimentos sociais, organizações da sociedade civil organizada, governos, instituições de pesquisa, organizações internacionais, operadores e instituições de segurança pública sobre os temas propostos pela Campanha para elaboração de agendas de cooperação;

É importante ainda ressaltar, que os Fóruns Estaduais mobilizar-se e interiorizar-se, para atuarem de forma impactante e significativa nos processos de enfrentamento ao genocídio da juventude negra, pois a responsabilidade maior do sucesso da Campanha está no bom desempenho das ações nos estados e municípios de nosso país e do nosso próprio compromisso em fazer com que a Campanha tenha resultados significativos. Somente assim teremos sucesso e resultados significativos no enfrentamento das mortes.
O sucesso desta Campanha dependerá da mobilização, participação ativa e empenho dos(as) membros do FONAJUNE distribuídos nos mais diversos estados do país.
A Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra é um importante marco da ação organização da juventude negra brasileira, resultado da luta do povo negro pela sobrevivência.
O seu estado não pode ficar de fora desta importante iniciativa!
Saudações da Coordenação Nacional do FONAJUNE.


Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra


A Campanha Nacional Contra o Extermínio da Juventude Negra terá duração de 1 (um) ano, de maio de 2009 a maio de 2010, e compreenderá ações operacionalizadas pela Coordenação Nacional conjuntamente com ações desenvolvidas pelos Fóruns Estaduais de Juventude Negra integrantes do FONAJUNE.
Todas as ações que serão desenvolvidas na Campanha, de âmbito nacional, foram definidas através das contribuições trazidas pelos Coordenadores Nacionais dos Fóruns Estaduais, os resultados e as proposições acumuladas durante o ENJUNE, e as contribuições enviadas nas listas de discussão pelos(as) participantes, são elas:

Ø Portal do Fórum de Juventude Negra, que compreenderá:
* O site do Encontro Nacional de Juventude Negra – ENJUNE, contendo resoluções do encontro, fotos, documentos e outras informações relativas ao mesmo;
* O site do Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE, que será um espaço que reunirá as informações sobre os Fòruns Estaduais, ações nacionais do Fórum, planos de ação, atividades, notícias, textos e artigos, links com outros sites parceiros e da militância negra e juvenil, etc;
* E o site da Campanha, que conterá os indicativos de ações, noticias do desenvolvimento da Campanha nos estados, fotos, contatos, divulgação das ações, disponibilizará materiais digitais para os estados utilizarem, entre outras coisas;

Ø Elaboração de vídeos e spots de rádios para veiculação em meios comerciais, independentes e alternativos, que serão enviados para que os Fóruns Estaduais para que possam procurar meios de disseminá-los em seus estados;

Ø Publicação de uma Coletânea de Artigos, Contos, Ensaios, Poemas e Poesias sobre os temas propostos pela Campanha, que envolva autores(as) negros(as). É uma ação que visa motivar a produção de um pensamento proveniente da própria juventude negra sobre o tema do genocídio, que seja de qualidade e que exponha a nossa visão sobre esse tema;

Ø Realização de um Fundo de Financiamento para organizações e coletivos autônomos de juventude negra, com envolvimento nos Fóruns Estaduais de Juventude Negra, para a apresentação de propostas de projetos acerca dos temas propostos pela Campanha. Vale destacar que existirá um financiamento mais abrangente para os grupos organizados da região nordeste do país.

Ø Realização do Dia de Mobilização Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra, de caráter regional, em cinco capitais brasileiras que concentram grandes índices de violência contra a juventude negra, a partir dos dados sobre violência, sendo elas: Curitiba, Salvador, Rio de Janeiro, Belém e Brasília; com a realização de Marcha da Juventude Negra (pela manhã), Seminários e Debates, Diálogos institucionais com autoridades locais e sociedade civil organizada (à tarde), e Manifestação Cultural com a participação de artistas e personalidades (à noite), apresentando os contextos da Campanha, com referência à conjuntura da região em questão. O indicativo é que em cada cidade onde acontecerá essa atividade, os Fóruns Estaduais da região do país em questão devem mobilizar uma caravana e participar destas atividades.

Como dissemos anteriormente, é de fundamental importância a participação de todos e todas, as ações da Campanha desenvolvidas pelo Fórum Nacional, não terão a capilaridade que abranja todo o país, esta só se dará de acordo com o real envolvimento da nossa militância, que se encontra hoje engajada nos mais diversos setores do movimento social negro. Por isso contamos com vocês.
Para subsidiar todas as ações que serão desenvolvidas pela Campanha Nacional será estabelecido um Comitê Operativo no Rio de Janeiro.
Mais informações pelo e-mail fonajune@yahoo.com.br